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Sou uma mulher, não-rica, de várias origens, que nasceu parda e hoje tem cor preta. Odeio rótulos e estereótipos. Luto pela leitura e boa educação do país. Além disso, desejo ser valorizada como agente de transformação numa sociedade que tem como principal tarefa discriminar aquele que é diferente.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Carnaval... aqui começa mais uma história de alegria!

Nascido entre 600 e 520 a.C., o Carnaval teve sua origem na Grécia e desde seus primórdios é considerada uma festa pagã, devido a inclusão de atos sexuais e bebedeiras durante a manifestação, porém com o advento da Era Cristã, a Igreja Católica que antes condenava essa prática adota o evento como festa de liberdade antes da Quaresma (quarenta dias de jejum), com isso as origens da festa foram se perdendo devido ao controle da Igreja.

Não se sabe ao certo quando o carnaval chegou ao Brasil, mas está entre os séculos XVI e XVIII, tanto por influências européias, com o Entrudo português e as mascaradas italianas, assim como por influências africanas, prova disso são os blocos de afoxés com cantos e manifestações da cultura afro.

Desde a origem o carnaval é marcado por atrocidades como o lançamento de ovos, farinha e água suja que mais tarde foi substituída, por exemplo, pelo lança-perfume, hoje proibido por causa do seu uso como uma droga, outros elementos foram substituídos por confetes, serpentinas como representação de alegria sem prejudicar os manifestantes. Por outro lado, apesar de ser uma festa de alegria, as atrocidades da atualidade não chegam perto do que era considerado como tal no passado, como por exemplo, a violência física, as discriminações de gênero e de raça, os assédios às crianças, adolescentes e mulheres e outras formas de agressões.

Com o passar dos tempos o carnaval no Brasil aos poucos fomentou uma disparidade entre as classes ao criar os bailes de carnaval nos salões nobres versus o carnaval de rua. Por exemplo, no início dos blocos de afoxés o desfile era realizado nos bairros mais humildes como Pelourinho, Baixa dos Sapateiros enquanto os bailes eram realizados nos bairros nobres.

Hoje os grandes trios elétricos compostos pelas bandas de axé, pagode e outros ritmos mais abastados desfilam nos circuitos conhecidos como Dodô na Barra e o Osmar no campo Grande, já os blocos de afoxés que tem menos visibilidade saem do circuito Batatinha em direção ao Campo Grande e os mais conhecidos como os Filhos e as Filhas de Gandhy desfilam até na Barra, aquele, por exemplo, possui grande presença de turistas e talvez por isso seu status tenha crescido dentro do carnaval, não apenas pela tradição.

O carnaval não é mais apenas uma festa folclórica, uma manifestação de alegria é, principalmente, uma forma de negócios prova disso são os grandes patrocinadores que investem muito dinheiro nesse movimento cultural, além dos blocos e camarotes luxuosos, no qual muitos oferecem massagem, open bar, salão de beleza, boate e outros elementos que justifiquem um preço abusivo de R$1.000,00/dia, por exemplo. Portanto, para aqueles que são empreendedores o carnaval é uma ótima opção para investimentos, por outro lado, não poderia deixar de destacar aqueles trabalhadores que são explorados durante o evento, são eles os catadores de latinha, os cordeiros (forte presença feminina), os vendedores ambulantes, os garis e todos aqueles que desenvolvem trabalhos importantes e que não são valorizados.

O carnaval como uma manifestação de animação deve ser um momento de liberdade, mas para que seja feito aquilo que não interfira nos direitos humanos do outro e mesmo sendo uma forma de investimento todos os trabalhadores do evento devem ser valorizados. A importância não pode ser dada apenas ao turista ou àqueles que saem nos blocos ou nos camarotes em detrimento do folião pipoca que a cada ano tem menos espaço nas ruas, pois quando não é esmagado pelas cordas, não tem espaço nas arquibancadas, sobrando apenas os becos.

A alegria deve ser a única arma que todos devem levar para as ruas não apenas no carnaval, mas em todos os momentos da vida. Além disso, todo ser humano deve ser valorizado seja ele um folião ou catador de elementos que degradam o meio ambiente ou um grande empresário ou turista, isto é, todos merecem respeito e curtir o carnaval com a inocência e a pureza de uma criança. 


Que venha o Carnaval!

Um comentário:

  1. oi,eu não poderia deixar de comentar, ficou muito bom, mesmo. O carnaval deveria ser uma festa diferente, as pessoas deveriam sair para se divertir e apreciar os blocos que passam nas ruas, e não matar, roubar, brigar. espero que esse ano seja diferente. Paloma ficou maravilhoso, vc é show,tem talento e sabe disso um abraço. Saionara ferreira

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