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Sou uma mulher, não-rica, de várias origens, que nasceu parda e hoje tem cor preta. Odeio rótulos e estereótipos. Luto pela leitura e boa educação do país. Além disso, desejo ser valorizada como agente de transformação numa sociedade que tem como principal tarefa discriminar aquele que é diferente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher: Uma força de dentro para fora

A história do Dia Internacional da Mulher remonta 8 de março de 1857, quando operárias de uma fábrica de Nova Iorque realizaram uma greve, a fim de fazer reivindicações trabalhistas, exigindo salários compatíveis aos dos homens, redução da carga horária de 16 para 10 horas e ambiente mais adequado de trabalho, porém essa manifestação sofreu uma forte repressão, a fábrica foi incendiada e muitas mulheres que estavam trancadas morreram carbonizadas.

Em 1910, em uma conferência na Dinamarca ficou decidido que o 8 de março seria o Dia Internacional da Mulher, mas somente em 1975 a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A data foi criada com o objetivo de haver eventos que discutissem o papel da mulher na sociedade, mas nem sempre as discussões forma postas em prática e há muito a ser feito para que a mulher seja tão valorizada quanto o homem, então para tentar demonstrar que as mudanças acontecem a passos lentos podemos fazer uma visita ao passado e compará-lo ao presente.

Desde a Antiguidade a mulher foi vista como ser importante no processo de reprodução e, principalmente, no momento de gerar e amamentar os filhos, os homens por outro lado, ao juntar riqueza percebeu que precisava de um herdeiro para perpetuar a espécie, a riqueza e para a garantia da legitimidade da paternidade, o adultério passou a ser uma prática criminosa. Assim a mulher se submete às necessidades sexuais do homem.

A diferença entre o comportamento das mulheres ricas e as pobres sempre foi latente, pois as ricas apenas desenvolviam a arte de gerar e cuidar dos filhos, já as pobres além de desenvolver aquelas atividades, na época da industrialização desenvolviam o trabalho d doméstico e o fabril. Mas essa saída da mulher para a fábrica causou uma desestruturação do núcleo familiar (pai, mãe e filho), porém a família ainda assim é patriarcal e o que definiu esse modelo foi justamente a força física do homem, pois com isso ele pode realizar todo o trabalho braçal, enquanto as mulheres eram vistas como seres frágeis, logo suscetíveis à submissão.

Desde que as mulheres pobres assumiram seu papel de trabalhadoras na fábrica o salário sempre foi menor que o dos homens chegando a ser um terço daquilo que eles ganhavam, além de serem mais exploradas e trabalharem mais, porém essa forma de trabalho se assemelhava a arte doméstica e daí por diante todo trabalho executado pela mulher tinha sempre a característica de cuidar, ensinar, costurar, além dos trabalhos domésticos em casa de outras famílias.

A força física do homem sempre foi sinônimo de poder, então inúmeras vezes para tomar posse de determinadas terras a guerra era vista como uma “arma” poderosa para alcançar tal objetivo, mas claro muitas mulheres, como a história demonstra, se aventuraram, logo a guerra não é a apenas uma característica do homem, no entanto, é uma característica da sua demonstração de poder. Para a mulher a sua força, o poder acontece de dentro para fora, as mulheres à época dos seus movimentos tentaram reivindicar seus direitos, a igualdade através de lutas pacíficas, através das idéias.

Além das guerras, a violência sexual e a agressão contra as mulheres se configuraram como características do poder físico do homem, então a em 7 de agosto de 2006, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Maria da Penha, como forma de combate à violência doméstica. Essa lei foi resultado de uma série de 6 anos de agressões por parte do marido de uma vítima que atendia pelo nome de Maria da Penha. O marido tentou assassiná-la com arma de fogo, deixando-a paraplégica e por eletrocussão e afogamento, mas só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado.

Ao longo dos anos, desde o motivo da escolha do dia 8 de março, as conquistas das mulheres aconteceram a passos curtos, porém muitas conquistas podem ser citadas como a possibilidade de votar e ser votada, tanto que hoje na presidência brasileira temos uma mulher, além de algumas conquistas trabalhistas como diminuição da carga horária, salário equiparados em determinadas atividades, mas as mulheres, em muitas localidades, ainda são exploradas no trabalho e sofrem muito preconceito, principalmente, se for pobre e negra. Além disso, as diferenças entre salários ainda persistem no que se referem às atividades que a presença feminina é quase escassa, como por exemplo, a construção civil.

As diferenças entre gênero não significam que o homem é superior à mulher e vice versa, já que as uniões os tornam completos, ou seja, se a forma física permite que o homem desenvolva trabalhos braçais não significa dizer que a mulher não tem a mesma capacidade, pois um olhar mais apurado podemos perceber que muitas mulheres, na falta de um homem, desenvolvem esse tipo de trabalho.

Não basta ter um dia dedicado à mulher se todos os outros 364 ou 365 dias forem dedicados ao homem, mas é importante ter uma data que lembre que muito ainda precisa ser feito para que a mulher não seja tratada apenas como um ser frágil, sensível e, principalmente, no que se refere às varias formas de preconceito desde a presença da mulher no volante, pois ela é tão capaz e algumas vezes mais prudente que o homem, já que velocidade não é um atributo de capacidade e sim de imprudência.

A força da mulher nasce da capacidade de reivindicar seus direitos com inteligência e tranquilidade. A mulher demonstra seu poder quando desenvolve diversas atividades sem prejudicar nenhuma, quando percebe que suas reivindicações estão sendo atendidas é que sua voz é sinônimo de segurança e mudança.

Parabéns às mulheres. Mas, Companheiras, a luta continua!!!

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