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Sou uma mulher, não-rica, de várias origens, que nasceu parda e hoje tem cor preta. Odeio rótulos e estereótipos. Luto pela leitura e boa educação do país. Além disso, desejo ser valorizada como agente de transformação numa sociedade que tem como principal tarefa discriminar aquele que é diferente.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

De olho no BBB!!!

“Pode chegar, pode espiar a vontade”... É assim que se inicia o programa da casa mais vigiada do Brasil, o Big Brother Brasil, apresentado pelo Pedro Bial.

Não estou aqui para defender ou acusar esse programa porque não vou ser hipócrita a ponto de dizer que não perco pouco mais de uma hora do meu tempo assistindo, mas tenho a plena consciência da manipulação e do uso comercial e com certeza não vou falar como uma especialista, mas tem algo que me deixa muito abismada: a intriga é o prato principal desse “reality show”.

Esse programa é tão real quanto as novelas que antecedem ele e não é à toa que muitos participantes saem da casa direto para as escolas de teatro ou até mesmo para as novelas.

Os argumentos para colocar alguém no “paredão”, normalmente gira em torno dessa possibilidade “Eu vou votar em fulano porque eu acho que ele vai ter muita oportunidade lá fora”, mas o cidadão não entrou na casa para sair milionário sem a necessidade de trabalhar para isso? Eu acho que o melhor argumento seria: “Eu vou voltar em fulano porque ele aqui dentro atrapalha a minha chance de ficar milionário”. Essa afirmativa soaria mais verdadeira, mas é claro que se o cidadão ficasse sabendo e permanecesse na casa quem ia no próximo paredão caso não alcançasse a liderança ou imunidade? Ou que tal dizer: “Eu gosto muito dessa pessoa, mas eu vou votar nela porque eu acho que ela não vai para o paredão”? Sem comentários.

Quando um participante entra na casa ele sabe da possibilidade de ser votado, porém essa idéia nunca é bem aceita, às vezes até torna-se motivo para querer matar alguém, para a formação de “panelinhas”, brigas, afinal o sonho de 1,5 milhão disputado com, aproximadamente, 20 pessoas está ficando para trás.

Desde a primeira temporada do programa seus diretores perceberam que assim como nas novelas o que movimenta os pontos de audiência são as intrigas, as brigas, as discussões, já que a falta de audiência resulta no sumiço dos patrocinadores que juntamente com as ligações e mensagens enviadas pelo público movimenta as cifras do programa.

Os namoros apimentam bastante e se eles vem seguidos de discussões, triângulos amorosos, então o pico de audiência está garantido e não é à toa que no BBB11 na repescagem de alguns participantes a preferência foi pelo namorado de uma sister que já estava se interessando por um novo brother. O resultado talvez não tenha sido o que foi esperado pelo público, mas as repercussões dessa história ainda estão sendo percebidas e como não dizer que existe uma manipulação?

Outro detalhe é que o programa segue o modelo de outros países que talvez não sejam tão manipulados, mas a prova da semelhança é a aparição de um transexual que popularizou o assunto na mídia, no entanto não conseguiu retornar à casa na repescagem, pois não seria tão polêmico.

Não troco esse programa por um bom livro, mas confesso que naquele momento que estou com vontade de não pensar em nada eu procuro o BBB, pois eu sei que vai me permitir essa divagação. BBB para mim é como a Mega-Sena eu não jogo, mas gosto de saber que teve um ganhador e muitas vezes tenho vontade de ser um deles.

Dica: Desliguem a televisão e vão ler um livro.

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